FILHOS DA DESCRENÇA
Como absinto servido ao coração,
muitas vidas se fartam desse mundo,
porque não acham qualquer motivação,
pra respirar esse ar mais um segundo.
De dores, mágoas, tristeza e aflição,
sombras mudas no olhar falam profundo,
como ouvissem da vida apenas “não”,
sendo o “não” cada dia mais rotundo.
Vão pelas ruas, vão à mercê das horas;
quando sorriem, por dentro a alma chora;
quando choram nas ruas, ninguém vê...
Na solidão vão se refugiando...
Notam o amor que vem do ser humano,
com um olhar vazio de quem não crê.