A Vìbora da Saudade
Surgiste provocando em minha trajetória ranhuras
Brindando com ironia desmedida minha sensibilidade
Fizeste de tuas palavras um coral de bases escuras
Onde havia perolas implantaste a víbora da saudade.
A dor abriu um labirinto de chagas no meu peito
O romantismo esvaeceu... no rosto apenas um esgar
A ausência da doçura retratou fielmente meu trejeito
Mesclando o amor num cenário de cinzento singular.
O turbilhão de emoções que formaste em meu viver
Colidiu com meu pensamento em ondas distorcidas
Num mar revolto de sentimentos inglórios e suicidas...
O jogo de tua indiferença deixou-me estarrecida
Meu mundo pediu arrimo para a alma ferida
Vertendo lagrimas conjuguei o verbo perder.