O CHORO DA CHUVA
O silêncio da vida me apavora.
Meu quarto veste escuro e me faz medo.
O vento traz cochichos de segredo,
enquanto a chuva chama-me lá fora.
Nos vidros da vidraça ela labora
sonidos finos, como de brinquedo.
De batuques de bantos arremedo,
a chuva canta, dança, a chuva chora.
Desgostosa de mim, ela desagua
pela janela e vai deixando rastros,
que rondam prantos junto à minha mágoa.
Em minha rua, desfazendo os lastros,
vai formando pequenas poças d’ água,
compondo o espelho noturnal dos astros.
Odir, de passagem
O silêncio da vida me apavora.
Meu quarto veste escuro e me faz medo.
O vento traz cochichos de segredo,
enquanto a chuva chama-me lá fora.
Nos vidros da vidraça ela labora
sonidos finos, como de brinquedo.
De batuques de bantos arremedo,
a chuva canta, dança, a chuva chora.
Desgostosa de mim, ela desagua
pela janela e vai deixando rastros,
que rondam prantos junto à minha mágoa.
Em minha rua, desfazendo os lastros,
vai formando pequenas poças d’ água,
compondo o espelho noturnal dos astros.
Odir, de passagem