Carta escrita nos porões da ditadura
Nesse porão molhado, escuro e frio,
no qual, sozinho, durmo em puro chão,
a padecer um longo e triste estio,
eu quase perco o tino, a razão.
Aprisionado, eu vivo no vazio
desse regime duro de exceção,
eu sofro a vil tortura e silencio,
sem entregar parceiro, amigo, irmão.
E prisioneiro eu sou porque lutei
contra injustiças, tanta aberração,
sonhei demais viver sem ditadura.
E morro aos poucos só porque sonhei
com um país mais justo - uma nação
sem ódios, sem porões, terror, tortura.
Nesse porão molhado, escuro e frio,
no qual, sozinho, durmo em puro chão,
a padecer um longo e triste estio,
eu quase perco o tino, a razão.
Aprisionado, eu vivo no vazio
desse regime duro de exceção,
eu sofro a vil tortura e silencio,
sem entregar parceiro, amigo, irmão.
E prisioneiro eu sou porque lutei
contra injustiças, tanta aberração,
sonhei demais viver sem ditadura.
E morro aos poucos só porque sonhei
com um país mais justo - uma nação
sem ódios, sem porões, terror, tortura.
Cuiabá, 23 de Maio de 2.009
Livro: Cantos de Resistência, pg.71Dedico ao meu sobrevivente irmão,Tércio Pina de Barros, Honestino Guimarães, Edson Luis e tantos outros mortos e desaparecidos
Endereço: História do Brasil, sem número
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