Poeminha
Quiseste um poeminha muito belo
e eu o fiz, minha amada, sem desdém.
Mas não queres que o mostre a mais ninguém?
Não posso concordar. Já está no prelo.
Como não partilhar com outros cem
as delícias que gozo em teu castelo?
Como não dividir todo o meu zelo
com almas sem amor que nada têm?
Certamente não queres que eu esconda
o brilho dos meus olhos. Que engodos
furtariam o que a gente já viveu?
Acalma teu ciúme de anaconda.
Minha alma - meu poema - é para todos.
Meu corpo, que é o que importa, é todo teu.