A ÚLTIMA VONTADE
A ÚLTIMA VONTADE
No burgo humilde, a fazenda com gado,
pastagens, aves, rio e até moinhos
era um colosso e seu dono apontado
-- se a cavalo saía -- nos caminhos.
No fim da vida o velho, espezinhado,
para apagar seus gestos tão mesquinhos,
em documento a cada empregado
doa quinhão de terra, lotezinhos.
Para a Igreja vai, por seu vigário,
considerável gleba, coisa boa
e o povo, em passeata, ao milionário
a cruel sovinice então perdoa.
Aberto o testamento, vê o notário:
-- "Tudo está sob as águas, na lagoa"!
"NATO" AZEVEDO