Espelho Quebrado
Rua deserta, noite escura, coração abandonado
Chuva num ritmo lento, pássaros canoros ausentes
Difusa luz espalhando sombra no passeio ao passado
Açambarcando conflitos implacáveis a solitária mente.
Silêncio sinfônico algemando a alma com leveza
Apetecendo ao poeta versejar viajando na memória
Umedecendo olhos que do pretérito traz tristeza
Aguçando lembranças que parte fizeram de uma história.
Grilhões fazem do poeta mero e pobre turista sonhador
Numa selva de rostos esquecidos num espelho quebrado
Conclamando um ritual insólito dum pranto em dor...
Orquestra de sonhos... Vida impar de um rimador!
Náufrago da realidade, romancista sem o fim esperado
Embriaguês de quem ama voando como um condor.