ATÉ O FIM

Nos socavões da serra pia o mocho

Chamando seus constantes companheiros

Nesse viver soturno, frio e chocho

É feliz nos seus modos agoureiros.

Vive nas trevas onde vê de tudo,

Não pode com a luz, detesta o sol.

A noite é sua amiga e seu escudo,

E do silêncio faz seu cachecol!

Eu também vivo em socavões de vida,

Longe de todos, conformado e só!

A nostalgia em forma colorida

Cobre-me como um denso paletó.

Mas... Que importa se a vida é mesmo assim?

Toquemos nosso barco até o fim!