O ÉBRIO
No balcão encostado, com cirrose,
O Ébrio joga a triste moeda fria
E pede mais uma assassina dose
Da mais forte cachaça, que arrepia!
O vício lhe parece uma apoteose
De mil convivas na infeliz orgia,
E não sente nos órgãos a necrose
Que encerrará tão logo a fantasia.
Ébrio mais balconista, em simbiose,
Um ao outro saciando a euforia...
Um enriquece... Vil metamorfose!
Outro se entrega à mórbida agonia!
E, o ébrio em beneplácito fictício...
Morre... Nas garras tétricas do vício!