ESCRAVO
ESCRAVO
De pouco a pouco em meu coração
Aparece uma nova figura,
Arrastando de mim, a ilusão
Para outra ilusão: - descompostura.
E eu sem ver, sem percebe-la, então
Conquistando com tanta brandura...
( Liberto-me d`uma escravidão,
Caindo-me em nova escravatura).
Meu Deus porque o amor é sempre assim?...
Acaba e começa – não tem fim.
Odiar, amar, sentir saudade...
Sem perceber vou envelhecendo
Junto com os seres que vão sorrindo
Ao verem minha infelicidade...
Brasília, 04 de junho de 1962.