SEM DESTINO



Em meu silêncio nada sei quem sou,
alem do paradeiro, sem motivo,
do vazio da vida onde, cativo,
ando o passado que ninguém andou.

Céu e mar se aproximam de onde estou,
o verde sem mais cor, o azul esquivo,
como se fora um pesadelo vivo
do princípio do fim, por onde vou.

Um farrapo de nuvem desbotada
veleja ao vento e faz do azul a estrada
de se perder no nada, em desatino.

Igual à nuvem, pela vida eu sigo
tentando me encontrar e só consigo
perder-me, sem saber de meu destino.

Odir, de passagem