Soneto

Não te nego apenas as sombras dos meus gestos.

Sobretudo, nego-te o meu perdão.

Que teu bálsamo seja teus próprios restos,

Embriagando tua loucura em meio à solidão.

Castigo maior por maltratares um pobre coração!

Quando dormires, quem sabe, recite sonetos,

Que fale de anjos sem cor e de quadros pretos,

Fontes de abrolhos, que te resta como ilusão!

Sobretudo, sentirá do meu amor, imenso, a falta.

Que eterno seja teu sofrimento, doendo bem fundo;

Sem refúgio e sem abraço na noite alta.

Busque e não encontre o meu amor por todo o mundo

Porém, quando não mais suportares a minha falta

Lembras que tu abandonaste um amor profundo

Maria Antonieta Lima
Enviado por Maria Antonieta Lima em 20/05/2009
Código do texto: T1604157
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