*O TEMPO CORRE*

O tempo corre, eu me embrenho
Nos textos do curso apinhado
Papel voa daqui e me empenho
E meu poeta aqui bem do lado

Pego a caneta traço uns riscos
Na pressa o coração já cansado
Procura na aura de vento brando
Uma dose de amor mui arejado

Mesmo na tela que faz improviso
Rastejo a palavra do poeta raro
De um cordelista que do arquivo
Traz a mensagem de encanto caro

Envio pelo correio das emoções
Desculpe a trégua nestes rincões

Sogueira

Quem dera ter nas mãos; rédeas do tempo,
Pudesse ser além de um frágil grão,
Vencendo em calmaria; um contratempo,
Saber que o sofrimento é tolo e vão.

Nascer após as mortes que concebo
Vestir a fantasia e seguir solto,
Edulcorar o amargo que hoje bebo,
Navegar neste mar calmo ou revolto,

Sem mapa ou astrolábios; ir sem rumo,
Ignorar os percalços, fronte ereta,
Beber intensamente todo o sumo,
Ter alma libertária e ser poeta.

Quem dera; finalmente ser capaz
De em plena tempestade, ver a paz.

Marcos Loures


Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 19/05/2009
Código do texto: T1602491
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