Sonetos Decassílabos Sáficos
Devem conter obrigatoriamente em todos os seus quatorze versos, 10 (dez) sílabas poéticas e acentos tônicos nas sílabas 4(quatro),8(oito) e 10(dez). Cumprindo essas regras na confecção de um soneto decassílabo o metrificador promove-o a Decassílabo Sáfico.
Alma
Sobressaltado por um brusco vento,
Estranho céu, um mar de cor cinzenta,
Pela janela, o balançar da mata,
Silenciosas folhas, uvas castas.
Mês de setembro mês de virgens moços,
Dos fortes ventos a treinar seu sopro,
Mês primavera de beleza intensa,
Dos vaidosos, presunção imensa.
Indícios claros, tempestade em trevas,
Antevisão de uma mudança brusca,
A percepção de enorme paz acalma-me.
A minha mente não será mais serva,
Nas minhas peças pararei com a busca,
Com a luz da fé enxergarei a alma.
Consenso
Senso comum no avançar da idade,
É ter consigo uma cruel saudade,
Que traz em si um desaguar daninho,
Se não se enxerga qual o seu caminho.
Na paz do encontro há vigor de jovem
E nas estrelas que no céu se movem,
No sol que empresta o lume à lua clara,
Um rico insight, traz verdade, rara.
Comer, roer, sorver, olhar, beber,
Correr, erguer, mexer, fazer, soer,
Lembrar, julgar, analisar, pensar,
Visualizar, gostar, casar, procriar,
Compor, cantar, chorar, reter saudades,
Tantos consensos no avançar da idade.
Inquieto
O devaneio de esquecer o amar,
É um contra-senso que me faz surtar.
Aonde estás, com o teu pensar irado,
Cabeça sã mas jogo incerto, fado?
Abro minhas asas, vou voar contigo,
Quero o calor dessa fornalha, abrigo.
O derramar de um tom feliz de cor,
O despertar de uma canção de amor.
O sussurar do palestrar da alma,
O acarinhar aveludado, a calma,
A paz que inspiram tuas brancas luzes.
Por que me inquieto se a mim seduzes?
Por que suspiro... por ter tanto amor?
Por que o gemido, eliminada a dor?
Pintura da alma
Do nada veio um pensamento raro,
Da inteligência caprichosa, amparo
À uma tristeza tão chorosa; e a mente,
Desesperada, em aflição premente.
Mormente a dor que aniquila a calma,
E a depressão por espinhoso trauma,
Pesar expresso em magnífica arte,
Um nu em cores, preto e branco à parte.
Planos, projetos, fantasia à mão,
Pena, papel, esboço d’alma, unção,
Da ilusão, da inspiração, das dores,
Faz-se da rima, o revelar das cores.
Moção Divina que inspira palmas
Do versejar, uma pintura d’alma!
A agonia de Bentinho
Oh! flor do céu imaculada e pura!
Raios cairam sobre a tua lisura,
Trovão ruidoso invadiu-me a alma,
Já tão dorida... perdeu toda a calma.
Sim, cético sou, e ao revelar suspeitas!
Tormento infindo, miserável mesa!
Que tuas pétalas rosadas, cunhas,
Mãos na adaga, amoladas unhas,
Ferem pungentes dilaceram a ação!
Mares que afogam, reinará a cisão?
Levar a termo, findará, com a morte,
Que mal pergunte, há, quiçá, consorte?
Disputa vil! Aqui não há medalhas,
Uma guerra fria! Uma vida e mil batalhas!
Adejo esvoaçante
Anjo da guarda, protetor guerreiro,
De tod’os seres, precursor obreiro.
Natividade, medievo drama,
Da paz e guerra, benfeitor, Hosana!
De ti eu colho a maçã benigna,
Do mar o verde esperança viva,
Do sol a luz a alimentar o dia ,
Do ar o O2 a estancar a agonia.
Inquietudes e desconfortos vãos,
Antes caturra, muitas farsas vis,
Agora planos, gestações viris.
Não mais tormentos e geladas mãos,
Voluteando nas planícies, dantes,
Escuto sons...teu adejar vibrante.
Devem conter obrigatoriamente em todos os seus quatorze versos, 10 (dez) sílabas poéticas e acentos tônicos nas sílabas 4(quatro),8(oito) e 10(dez). Cumprindo essas regras na confecção de um soneto decassílabo o metrificador promove-o a Decassílabo Sáfico.
Alma
Sobressaltado por um brusco vento,
Estranho céu, um mar de cor cinzenta,
Pela janela, o balançar da mata,
Silenciosas folhas, uvas castas.
Mês de setembro mês de virgens moços,
Dos fortes ventos a treinar seu sopro,
Mês primavera de beleza intensa,
Dos vaidosos, presunção imensa.
Indícios claros, tempestade em trevas,
Antevisão de uma mudança brusca,
A percepção de enorme paz acalma-me.
A minha mente não será mais serva,
Nas minhas peças pararei com a busca,
Com a luz da fé enxergarei a alma.
Consenso
Senso comum no avançar da idade,
É ter consigo uma cruel saudade,
Que traz em si um desaguar daninho,
Se não se enxerga qual o seu caminho.
Na paz do encontro há vigor de jovem
E nas estrelas que no céu se movem,
No sol que empresta o lume à lua clara,
Um rico insight, traz verdade, rara.
Comer, roer, sorver, olhar, beber,
Correr, erguer, mexer, fazer, soer,
Lembrar, julgar, analisar, pensar,
Visualizar, gostar, casar, procriar,
Compor, cantar, chorar, reter saudades,
Tantos consensos no avançar da idade.
Inquieto
O devaneio de esquecer o amar,
É um contra-senso que me faz surtar.
Aonde estás, com o teu pensar irado,
Cabeça sã mas jogo incerto, fado?
Abro minhas asas, vou voar contigo,
Quero o calor dessa fornalha, abrigo.
O derramar de um tom feliz de cor,
O despertar de uma canção de amor.
O sussurar do palestrar da alma,
O acarinhar aveludado, a calma,
A paz que inspiram tuas brancas luzes.
Por que me inquieto se a mim seduzes?
Por que suspiro... por ter tanto amor?
Por que o gemido, eliminada a dor?
Pintura da alma
Do nada veio um pensamento raro,
Da inteligência caprichosa, amparo
À uma tristeza tão chorosa; e a mente,
Desesperada, em aflição premente.
Mormente a dor que aniquila a calma,
E a depressão por espinhoso trauma,
Pesar expresso em magnífica arte,
Um nu em cores, preto e branco à parte.
Planos, projetos, fantasia à mão,
Pena, papel, esboço d’alma, unção,
Da ilusão, da inspiração, das dores,
Faz-se da rima, o revelar das cores.
Moção Divina que inspira palmas
Do versejar, uma pintura d’alma!
A agonia de Bentinho
Oh! flor do céu imaculada e pura!
Raios cairam sobre a tua lisura,
Trovão ruidoso invadiu-me a alma,
Já tão dorida... perdeu toda a calma.
Sim, cético sou, e ao revelar suspeitas!
Tormento infindo, miserável mesa!
Que tuas pétalas rosadas, cunhas,
Mãos na adaga, amoladas unhas,
Ferem pungentes dilaceram a ação!
Mares que afogam, reinará a cisão?
Levar a termo, findará, com a morte,
Que mal pergunte, há, quiçá, consorte?
Disputa vil! Aqui não há medalhas,
Uma guerra fria! Uma vida e mil batalhas!
Adejo esvoaçante
Anjo da guarda, protetor guerreiro,
De tod’os seres, precursor obreiro.
Natividade, medievo drama,
Da paz e guerra, benfeitor, Hosana!
De ti eu colho a maçã benigna,
Do mar o verde esperança viva,
Do sol a luz a alimentar o dia ,
Do ar o O2 a estancar a agonia.
Inquietudes e desconfortos vãos,
Antes caturra, muitas farsas vis,
Agora planos, gestações viris.
Não mais tormentos e geladas mãos,
Voluteando nas planícies, dantes,
Escuto sons...teu adejar vibrante.