Sonetos Dodecassílabos Alexandrinos
Devem conter obrigatoriamente doze sílabas em todos os seus versos além de tônicas nas sílabas 6, 10 e 12. Além disso, por ser estruturado com versos alexandrinos, deve obedecer regras especiais referentes ao encontro entre as duas metades (hemistíquios) de seis sílabas de cada um deles. Cumprindo essas regras na confecção de um soneto dodecassílabo, o metrificador promove-o a Alexandrino.
Origem histórica:
A nomenclatura "alexandrino" é de origem francesa e reporta-nos ao século XII e ao poema Le Roman d'Alexandre, sobre Alexandre Magno, de Alexandre du Bernay. O livro foi escrito em versos especialmente estruturados para o poema. A partir daí os versos ficaram conhecidos como alexandrinos.
As exigências do verso alexandrino
A última palavra do primeiro hemistíquio do verso só poderá ser uma palavra oxítona (aguda) ou uma palavra paroxítona (grave).
- Caso seja uma oxítona, o verso completa-se em número de sílabas e termina por aí. Exemplo:
O amor traz sofrer, é a submissão no leito (doze sílabas)
Primeiro hemistíquio: “O amor traz sofrer” (seis sílabas).
Segundo hemistíquio: “ é submissão no leito” (seis sílabas). Ok!
- Caso seja uma paroxítona a palavra seguinte (do segundo hemistíquio) deve iniciar-se por uma vogal permitindo assim a contração (elipse) da vogal do primeiro hemistíquio.
Exemplo: “Amizade termin’onde começa o amor” .
O primeiro hemistíquio é “Amizade termi..” (seis sílabas).
O segundo hemistíquio é “n’onde começa o amor” (seis sílabas). Ok!
Sonetando o amor
Amar é compensar, aliviar a dor.
É apagar o sofrer, trazer à tona o humor.
Inspira e faz sonhar ao revelar-se em cores,
A essência que atrai a borboleta às flores.
É emancipação, o libertar, da alma.
É a leveza do ser, linha da vida, calma.
Um lindo colibri, a arrancar suspiros,
Vislumbre de prazer a ecoar gemidos.
É uma oleácea a encantar um jardim,
Impregnando o ar com seu olor jasmin.
É como uma melodia, a inspirar paixão.
Erupção de um gêiser, jogo cego, ação.
Concerto de aromas, a invadir o cor
Dos versos de um poeta, a sonetar o amor.
Semente do esmero
Viver a sonetar é de plural maestria,
Inspiração da alma, especial folia.
A conscientizar e lapidar o mote.
Apura a paciência, valoriza o dote.
Expõe ao mundo o grito de pesar e guia
Na direção correta a sentinela fria.
Profusa exuberância ao falar da morte.
Extrema o amor à vida, versejando a sorte.
Destila versos torpes e acalenta o corpo.
Descreve borboletas sempre em versos morfos.
Perfeito espelho d’arte e do tom do cor,
É a chuva que fecunda o amor maior.
Soneto alexandrino, genial canção,
Semente do esmero, dedicada ação.
Unguento
No teu sorriso aberto encontro paz, entrego-me.
Ao ver sobrar migalhas eu porém alerto-me.
Importa-me não estar retido em malha fina,
E nem estar contido em melindrosa sina.
Se a respiração, silenciosa, arfar,
E o ar nos meus pulmões em queimação, falhar,
Eu fico a meditar se a convulsão deter-me,
E penetrar de vez e em teu olhar conter-me.
Dedicarei a espada fria e dura em versos,
Serão eternos, pois, manter-me-ão imerso,
Em te amar pra sempre, uma prisão, não nego.
A dor, o pranto, a mágoa, a demolir meu ego.
Decerto dentro em breve, atemporal momento,
Essa escravidão fornecerá o unguento.
Bula da paixão
Convicção errônea, abstração real,
Pensamento disforme, informação banal;
Crença ou superstição, um delirar febril,
Consciência em distração, incontinente cio.
Delírios lancinantes, cerração astral,
Desorientação da psique, fatal!
Extrema covardia, coração pueril,
Dispersão dos sentidos, descontrole vil,
Psicose afetiva em progressiva ação,
Desarmonização, raciocínio em vão,
Eloquente discurso, falação intensa,
Efêmero sonhar que atrai dor imensa.
Absurda devoção na qual não há razão.
Um efeito arrasador, colateral...paixão.
Lindo de morrer
Não quero te cobrar uma devoção servil,
Nem quero uma escrava de desejo vil.
Sim, quero ter um lar, faço questão do amor,
Pronto para enfrentar e acalentar-me a dor.
A natureza humana ao hastear o cio,
Colore teu semblante e esse amor viril,
Que doa-se criativo em ancestral ardor,
E adoça-me a vida, angelical sabor.
Politicamente certo, agonizante alma,
Acalentando o sexo e no tocar da palma,
As lágrimas rolando em correnteza forte,
Misturam-se às agruras e ao vento Norte.
Mas ai! Os nossos ais! adeus não vão dizer,
Um amor tão lindo assim, decerto irá viver!
Soneto à Amizade
Amizade começa onde termina o amor,
Dá o ombro pra tristeza, alegria e dor.
Não faz cobrança inútil, o seu mote é ação.
Faz de forma sutil e não critica em vão.
E assim pode-se ter e dar-se mais valor
Àquilo que se tem e avivar a cor
A amizade é um ato em teatral menção
Ao presente eterno, ao ser amigo, irmão.
Amizade é saber, é afeição viril.
Amar é aprisionar, é rendição, servil.
Na amizade o que importa é ter um bem-querer,
Ter a disposição de doutrinar o viver.
O amor traz o sofrer, e é submissão no leito.
A amizade é um verso em padrão perfeito.
Andança
Tantas vezes senti, deixar de ter você.
Os meios esgotei, fui incapaz; rever
Os anos que perdi, nada, a não ser chorar.
Encontros infrequentes, não sei mais lembrar.
Tudo foi importante e tentei trazer,
Valores que ficaram e arrisquei perder,
Pra tirar do meu peito o estertor do coma,
E não perder de vista o olor do teu aroma.
Mas às vezes não dá, toda resposta jaz.
O tempo que se foi eterna falta faz.
E um tempo igual não há, pra se ter esperança,
Trazer ao coração, a alegria par.
A alma sossegada, refreada a andança,
Só se possível fosse ao teu lado estar.
Tarde surreal
Tarde mar de desejo, iniciando o amor.
Tarde lua em que o beijo declinou em dor.
Tarde estrela em que a mente achou o elã de ser!
Tarde brisa mistral, sinalizou o chover.
Tarde boa pra ouvir e encantar o ser.
Tarde prosa da mente esparsa em dor de ter.
Tarde de morbidez, enfermidade fria.
Estranha tarde cinza, entardecer sombrio...
Tarde pra ver a noite ir juntar-se ao dia!
Extrema solidão, entardecer tardio...
Inquestionável e lento alvorejar, risada!
Que detestável tarde, exacerbado o nada!
Impraticável tarde houvesse o vir, não o ir...
Uma tarde surreal, imperfeição em unir!
Devem conter obrigatoriamente doze sílabas em todos os seus versos além de tônicas nas sílabas 6, 10 e 12. Além disso, por ser estruturado com versos alexandrinos, deve obedecer regras especiais referentes ao encontro entre as duas metades (hemistíquios) de seis sílabas de cada um deles. Cumprindo essas regras na confecção de um soneto dodecassílabo, o metrificador promove-o a Alexandrino.
Origem histórica:
A nomenclatura "alexandrino" é de origem francesa e reporta-nos ao século XII e ao poema Le Roman d'Alexandre, sobre Alexandre Magno, de Alexandre du Bernay. O livro foi escrito em versos especialmente estruturados para o poema. A partir daí os versos ficaram conhecidos como alexandrinos.
As exigências do verso alexandrino
A última palavra do primeiro hemistíquio do verso só poderá ser uma palavra oxítona (aguda) ou uma palavra paroxítona (grave).
- Caso seja uma oxítona, o verso completa-se em número de sílabas e termina por aí. Exemplo:
O amor traz sofrer, é a submissão no leito (doze sílabas)
Primeiro hemistíquio: “O amor traz sofrer” (seis sílabas).
Segundo hemistíquio: “ é submissão no leito” (seis sílabas). Ok!
- Caso seja uma paroxítona a palavra seguinte (do segundo hemistíquio) deve iniciar-se por uma vogal permitindo assim a contração (elipse) da vogal do primeiro hemistíquio.
Exemplo: “Amizade termin’onde começa o amor” .
O primeiro hemistíquio é “Amizade termi..” (seis sílabas).
O segundo hemistíquio é “n’onde começa o amor” (seis sílabas). Ok!
Sonetando o amor
Amar é compensar, aliviar a dor.
É apagar o sofrer, trazer à tona o humor.
Inspira e faz sonhar ao revelar-se em cores,
A essência que atrai a borboleta às flores.
É emancipação, o libertar, da alma.
É a leveza do ser, linha da vida, calma.
Um lindo colibri, a arrancar suspiros,
Vislumbre de prazer a ecoar gemidos.
É uma oleácea a encantar um jardim,
Impregnando o ar com seu olor jasmin.
É como uma melodia, a inspirar paixão.
Erupção de um gêiser, jogo cego, ação.
Concerto de aromas, a invadir o cor
Dos versos de um poeta, a sonetar o amor.
Semente do esmero
Viver a sonetar é de plural maestria,
Inspiração da alma, especial folia.
A conscientizar e lapidar o mote.
Apura a paciência, valoriza o dote.
Expõe ao mundo o grito de pesar e guia
Na direção correta a sentinela fria.
Profusa exuberância ao falar da morte.
Extrema o amor à vida, versejando a sorte.
Destila versos torpes e acalenta o corpo.
Descreve borboletas sempre em versos morfos.
Perfeito espelho d’arte e do tom do cor,
É a chuva que fecunda o amor maior.
Soneto alexandrino, genial canção,
Semente do esmero, dedicada ação.
Unguento
No teu sorriso aberto encontro paz, entrego-me.
Ao ver sobrar migalhas eu porém alerto-me.
Importa-me não estar retido em malha fina,
E nem estar contido em melindrosa sina.
Se a respiração, silenciosa, arfar,
E o ar nos meus pulmões em queimação, falhar,
Eu fico a meditar se a convulsão deter-me,
E penetrar de vez e em teu olhar conter-me.
Dedicarei a espada fria e dura em versos,
Serão eternos, pois, manter-me-ão imerso,
Em te amar pra sempre, uma prisão, não nego.
A dor, o pranto, a mágoa, a demolir meu ego.
Decerto dentro em breve, atemporal momento,
Essa escravidão fornecerá o unguento.
Bula da paixão
Convicção errônea, abstração real,
Pensamento disforme, informação banal;
Crença ou superstição, um delirar febril,
Consciência em distração, incontinente cio.
Delírios lancinantes, cerração astral,
Desorientação da psique, fatal!
Extrema covardia, coração pueril,
Dispersão dos sentidos, descontrole vil,
Psicose afetiva em progressiva ação,
Desarmonização, raciocínio em vão,
Eloquente discurso, falação intensa,
Efêmero sonhar que atrai dor imensa.
Absurda devoção na qual não há razão.
Um efeito arrasador, colateral...paixão.
Lindo de morrer
Não quero te cobrar uma devoção servil,
Nem quero uma escrava de desejo vil.
Sim, quero ter um lar, faço questão do amor,
Pronto para enfrentar e acalentar-me a dor.
A natureza humana ao hastear o cio,
Colore teu semblante e esse amor viril,
Que doa-se criativo em ancestral ardor,
E adoça-me a vida, angelical sabor.
Politicamente certo, agonizante alma,
Acalentando o sexo e no tocar da palma,
As lágrimas rolando em correnteza forte,
Misturam-se às agruras e ao vento Norte.
Mas ai! Os nossos ais! adeus não vão dizer,
Um amor tão lindo assim, decerto irá viver!
Soneto à Amizade
Amizade começa onde termina o amor,
Dá o ombro pra tristeza, alegria e dor.
Não faz cobrança inútil, o seu mote é ação.
Faz de forma sutil e não critica em vão.
E assim pode-se ter e dar-se mais valor
Àquilo que se tem e avivar a cor
A amizade é um ato em teatral menção
Ao presente eterno, ao ser amigo, irmão.
Amizade é saber, é afeição viril.
Amar é aprisionar, é rendição, servil.
Na amizade o que importa é ter um bem-querer,
Ter a disposição de doutrinar o viver.
O amor traz o sofrer, e é submissão no leito.
A amizade é um verso em padrão perfeito.
Andança
Tantas vezes senti, deixar de ter você.
Os meios esgotei, fui incapaz; rever
Os anos que perdi, nada, a não ser chorar.
Encontros infrequentes, não sei mais lembrar.
Tudo foi importante e tentei trazer,
Valores que ficaram e arrisquei perder,
Pra tirar do meu peito o estertor do coma,
E não perder de vista o olor do teu aroma.
Mas às vezes não dá, toda resposta jaz.
O tempo que se foi eterna falta faz.
E um tempo igual não há, pra se ter esperança,
Trazer ao coração, a alegria par.
A alma sossegada, refreada a andança,
Só se possível fosse ao teu lado estar.
Tarde surreal
Tarde mar de desejo, iniciando o amor.
Tarde lua em que o beijo declinou em dor.
Tarde estrela em que a mente achou o elã de ser!
Tarde brisa mistral, sinalizou o chover.
Tarde boa pra ouvir e encantar o ser.
Tarde prosa da mente esparsa em dor de ter.
Tarde de morbidez, enfermidade fria.
Estranha tarde cinza, entardecer sombrio...
Tarde pra ver a noite ir juntar-se ao dia!
Extrema solidão, entardecer tardio...
Inquestionável e lento alvorejar, risada!
Que detestável tarde, exacerbado o nada!
Impraticável tarde houvesse o vir, não o ir...
Uma tarde surreal, imperfeição em unir!