Ossos

Nestes meus caminhos, que sigo,

aos poucos, vou deixando a pele,

aos poucos vou me descascando,

sem ter alguém que por mim vele.

Que em todos esses anos passados,

fui fome, fui frio e fui tanta dor;

um esqueleto, em cordas pendurado

aos ventos gélidos ou então, ao calor.

Um santo, talves reze por mim

as orações que à muito esqueci

e que me levem ao céu, enfim.

Porque meu meio, não mais encontro

e minhas asas, cortadas foram;

para mim agora, perdeu-se o encanto.