AMOR PERDIDO

Foi-se, enfim, o amor que sorria,

estrela que cai, no céu que prateia.

Restou o sonho, no peito que explodia,

queimando na lua, confidente e cheia.

Foram-se os risos, que o verso floria,

nas lágrimas que o passado margeia.

Não há rima, nos olhos que havia;

só a dor que é noite, sol que não clareia.

Aquele que parte, sem agonia,

leva a terra, que outra vez se semeia,

doce jardim florido outro dia...

Quem fica, com a paz que ninguém cria,

é chuva no coração que incendeia:

cinza eterna de uma paixão doentia.

(Reedição)