PORTO SEM VOLTA


O falo fere a flor, rosa em botão,
penetra a porra na corola exangue,
saindo, exausto, salpicando a mão
das gotas rubras do virgíneo sangue.

A dor que resta fica rasa ao chão,
o fêmeo corpo, enfraquecido e langue,
treme o calor perdido da emoção,
na lama escura e noturnal do mangue.

Depois ergue-se lento e logo esboça
melodias do pranto, um quanto torto,
da morte virgem de menina-moça.

O marujo se vai, meio absorto,
enquanto a infeliz, em rubra poça,
expurga o ventre e volta para o porto.

Odir, de passagem.