BANIMENTO

Cá nesta terra estou

sem amores que deixei eu longe

se a morte ainda me não levou

fico à sorte, a vida tange

A vagar nesta terra banido

já a solidão é menos companheira, mais taciturna

lá não posso regressar cedo, combalido

cá serei hospedeiro se uma amargura diuturna

Nesses dias de natureza morta

deita o pranto, a dor rotura

tanto menos a vida importa, quanto mais se abre a fissura

Que me conta a brisa crepúscula

qual não saiba de cor o enredo:

o dia findo é porciúncula dessa vida arremedo