SONETO PARA A AMIGA LUA

Parece-me ouvir a mágica lua

livre pela madrugada adentro,

coisas tristes do meu sentimento

que chora na solidão da alma nua.

No instante onde minha voz flutua,

surge a angústia do meu pensamento,

fruto amargo de um cruel momento,

que na poesia cansada, perpetua.

E quando amanhece em minha rua,

sorriem tranqüilas e com alegria

flores orvalhadas num lindo dia...

Sem saber que esse mar de beleza

seria só um deserto de tristeza,

não fosse a lágrima da amiga lua.

Presente do grande amigo e poeta Natanael:

O SUSSURRAR DA LUA

Solitária a pobre lua só sussurra

De madrugada, bem baixinho ao vento

Murmúrios tristes, num triste momento

Que a solidão surgiu pra dar-me surra.

Meu grito baila ao som de um tom menor

Pois sufocado pelo grande desalento

Não suportando a minha dor maior

Saiu do peito envolto em sofrimento.

Despida minha alma beija o alvorecer

Que traz consigo gotas de poesia

Nas gotas de orvalho que destila

Um áureo brilho dentro do meu ser

Inundando minha alma de alegria

Banhada pelas lágrimas sofridas.