QUAL AVE DE RAPINA - Soneto

Qual ave de rapina, os meus amigos

Mostraram-me preciosa lealdade,

Comendo em minha mesa, em falsidade,

Foram-me os mais perversos inimigos.

Mas rendo aos céus sincera gratidão

Por revelar o certo e o errado,

Embora eu sendo tido por culpado,

É deles a mais alta perdição:

Criando leis, escondem o pecado

Urdido nos egrégios, em surdina;

E comem como abutres na campina,

Dos bens que o povo a Deus tem ofertado.

Prevaricam e escondem o roubado...

E errei meu pai! Pequei!... por ter amado.

Moses Adam

F.V.mq, 30.04.2009