LIBERDADE

Hoje te escrevo brilhante poeta,

e perturbo a tua paz infinita.

Naquela velha oração, bendita,

viajo no pesadelo que me inquieta.

Tua outrora pátria, de mil amores,

não encanta quem vive na saudade.

Quem dera ter a tua mocidade,

e deixar bem longe meus tremores.

Enfim, mesmo sem teu eterno brilho,

o verso com mágoa que carrego,

emoldura o soneto que trilho:

Esquecido e renegado o filho,

e no próprio lar a que me entrego,

adormeço em tua canção do exílio!

(Reedição)