OS SEIOS DA TERRA

Em homenagem às mães

Miguel Lucena

Meu peito é eterna bondade-semente

da mãe-natureza, prenhe de doces frutos,

o sangue corrente nas veias da gente

é o mesmo que corre nos bichos mais brutos.

Meu peito é um rio de águas bem claras

que o homem moderno inda não sujou,

seu leite é o leito onde as aves mais raras

molham as belas penas quando faz calor.

Meu peito sacia a fome de amor

de paz e justiça dos filhos da terra.

Bicho-homem, perdido em intensa agonia,

Meu peito é um bálsamo que cura tua dor.

Queria que os meninos da rua e da guerra

mamassem em meu peito a eterna alegria.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 10/05/2009
Código do texto: T1586648