- Cisne -
(De autoria do escritor e professor Dr. Antonio Carlos Secchin, membro da Academia Brasileira de Letras - ABL.
Publicado na Antologia Poética - Todos os Ventos).
Vagueia, ondula, incontrolado e belo,
um cisne insone em solitário canto.
Caminha à margem com a plumagem negra,
em meio a um bando de pombas atônitas.
Encontra um outro, de alvacentas plumas,
um ser sagrado no monte Parnaso,
e enquanto o branco vai vencendo a bruma
ele naufraga, bêbado de espaço.
Em vão indaga, o olhar emparedado
na vertigem de luz que o sol encerra:
"Se em torno tudo é treva, tudo é nada,
como sonhar azul em outra esfera?"
Negro cisne sangrando em frente a um poço.
Do alto, um Deus cruel cospe em seu rosto.
(Texto de um e-mail do autor do soneto acima, respondendo um e-mail meu:
"Rio, 8 de maio de 2009
Caro Onofre: é uma satisfação ter meus textos divulgados nos sites literários de que você participa. Um abraço, Secchin".)