Sem Outras Saídas
Deixei escorrerem as águas passadas
E os velhos moinhos, em torpe abandono,
Sustentam as pás, essas mãos desoladas,
Na desesperança do gesto que aciono.
Inúteis, os grãos, as searas deitadas,
Caíram ao chão, antes mesmo do Outono...
E os velhos moinhos, beirando as estradas,
São outras moradas, mas nada questiono:
O tom da paisagem, estranha, irreal;
O ar quixotesco e as lantanas caídas,
Na base do muro, pintado de cal.
Em tempos de outrora, sem outras saídas,
O meu pensamento sofreu, afinal,
O choque mortal de emoções preteridas.
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