Delírio

Sou de tudo um pouco alheio

Das conversas descontentes, desvairadas

De abusos de inúteis empreitadas

Sou de tudo, do meu pouco devaneio

Não entendo a atitude desmedida

De discutir o infortúnio do “meu ser”

Nem espero um dia compreender

O roteiro indisciplinado de minha vida

Uns dizem: és sereno, paciente e concentrado

Sabes discernir o que é incerto ou iluminado

Com essa precisão saberás encontrar tua verdade

Mal sabem eles que, deliro em mim mesmo

E se eu apresento um olhar, sereno. Estou a esmo

Em meu íntimo me entrego a uma louca tempestade