COVARDIA

Procuro para meus sonhos cansados,
Um lugar quieto, um pouco de guarida,
Venho andando célere pela vida
Na infeliz busca dos desavisados.

Caminhei, contudo, jamais fui amado,
E nem tão pouco, avistei os olhos teus,
Pois não consigo ver usando os meus,
Os quais de lágrimas estão molhados.

Hoje quando apresso-me a te dizer,
Da minha dor, sinto que é tardia
À hora que já se esvai, noite e dia.

Desaba sobre mim a covardia,
Dos que perecem sem oferecer
Todo amor que trazem, vou fenecer.

Marco Orsi 07.05.09