Réus
O pobre vive com fatal palor...
Afoga as mágoas n'aguardente insana.
Depois de atroz e tão constante dor
nada resolve e volta pra choupana.
Na cama quente e num real pendor
seu pranto cai - corrente mil que engana
somente o tolo que não vê valor
em seu mister que ampara a gana humana.
O seu viver não é viver de gente,
porque tem gente por demais contente
às custas só do seu suor bentito.
Um dia Deus com seu poder imenso,
olhando tudo lá do céu extenso
irá julgar todo cruel precito.
11/12/2008 12h12