Réus

O pobre vive com fatal palor...

Afoga as mágoas n'aguardente insana.

Depois de atroz e tão constante dor

nada resolve e volta pra choupana.

Na cama quente e num real pendor

seu pranto cai - corrente mil que engana

somente o tolo que não vê valor

em seu mister que ampara a gana humana.

O seu viver não é viver de gente,

porque tem gente por demais contente

às custas só do seu suor bentito.

Um dia Deus com seu poder imenso,

olhando tudo lá do céu extenso

irá julgar todo cruel precito.

11/12/2008 12h12

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 04/05/2009
Reeditado em 07/05/2009
Código do texto: T1575538
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