RENÚNCIA E PECADO

No vil jogo do azar, perdi-te à sorte,
Arrisquei não me dar, fui só prometida...
À sombra de ter-te, fui carta perdida,
Por tanto querer-te, burlei o meu norte!

No vício dos dados, curvei-me ao jugo,
De olhares truncados sob nuvens de ira
Ignorei os sinais, fiz bluff à mentira,
Hoje os rituais são de resto e refugo!

Renúncia e pecado, meus trunfos que sei
Desejo e inocência, do pouco que dei...
Ingénua virtude, que peca por ser

Medo de arriscar, de ser passe fatal...
Mas a vida é jogo, ousar afinal
De sorte é o incerto meio de vencer!...