SONETO DE TERNURA (PARA LUCIANO)
Tocou-me a alma, teu gesto, tão impreciso...
Teu olhar evasivo, buscando algum alento
E ao ver em teus lábios brotar, meio sorriso,
Ouvi, então, tua palavra tocada pelo vento!
Detive-me o passo incerto, perdi meu jeito...
De dar, então, asa às próprias ilusões minhas
E meu peito que nunca se dá por satisfeito
Permitiu-me andar na trilha que tu caminhas!
Ao ver aflorar as lágrimas nos teus olhos
Percebi, ternamente, os íntimos abrolhos
Que enobreceram tua alma em desatino...
E ao perceber-te assim, frágil e tão humano...
Compreendi, tristemente, teu mundo insano
Que te tornou um homem em bom menino!
SIRLEY VIEIRA ALVES - Goiânia-GO, 04.05.2009