- Versos a um rio -

(Uma homenagem ao poeta Oscar Rossin (1919-1944), ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Segunda Guerra Mundial, tombado aos vinte e cinco anos, no teatro de operações, no vale do rio Reno, na Itália, no dia 8 de dezembro de 1944).

- Versos a um rio -

(Por Oscar Rossin)

Rio, tu lembras bem a minha alma de poeta

A correr, a correr entre margens floridas,

A minha alma boêmia, ora calma, ora inquieta...

Como conseguem ser iguais as nossas vidas!

Eu não sei aonde vou, por grutas e descidas

Tu rolas a seguir sem destino e sem meta.

Pelas noites de luar, ou por manhãs brumidas,

Nós gememos, os dois, a mesma dor secreta.

Tens remanso de lagos...Eu, dias de sossego,

Levas ramas em flor em teu dorso tranquilo,

Eu, dentro da minha alma, as ilusões carrego.

Vences a rocha abrupta em tua caudal forte...

Eu passo pela dor, senão a venço ou aniquilo!

Tu segues para o mar...Eu sigo para a morte!

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Oscar Rossin
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 03/05/2009
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T1573821
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