Sequioso Tempo

Tanto flui sequioso o Tempo quanto medra

Uma avidez nos grãos de areia da ampulheta

Do passado somente resta a silhueta

O instante cinge sulcos, feito água em pedra.

O momento se esvai quando o rancor se empedra

O presente se faz em insana veneta

A existência se evola qual lesto cometa

O futuro, destarte, a campa logo redra

Na correnteza abstrata das horas concretas

Escorrem dias, décadas, séculos, eras...

O desenhar da história em tangências e retas.

Na infinda hemorragia temporal da idade

O cíclico bailar dos ponteiros, são meras

Ânsias de um vão segundo em ser eternidade.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 02/05/2009
Código do texto: T1572413
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