Soneto n. 68


A ROSA


Pequenas sombras na parede escura
se movem sem nenhuma esperança
de acender a chama bem mais pura,
que me faça outra vez uma criança.

Minha Alma tem a própria contextura
e esperava, do mundo, boa Confiança,
mas a vida chegou-me cheia de rasura,
num amargo fel que avinagrou a lança.

Dança a solidão em minha dura treva

e, com ela, leva a Paz que procuro,
em dor aguda que em nada me eleva.

Ao fim, deixo que a noite me encubra,
num
véu suspenso - denso e obscuro -
e me transmudo numa bela rosa rubra!

Silvia Regina Costa Lima

26 de abril de 2009








O Presente dos amigos

- oklima

A ROSA RUBRA

Rosa queria ser, na antiguidade.
Entre acúleos tentou ser abrolhada.
Intentos vãos. Não conseguira nada.
A natura negara a liberdade

Chamou-a, certa feita, uma deidade
que lhe almejava rosa a ser plantada
do Éden no jardim, enfim, pintada
de amarelo, a rosa da amizade

Mas a rosa, querendo ser vermelha,
rejeitou da deidade ser corbelha,
volvendo para o nada, para o não.

Mas de nova deidade outra centelha,
fá-la rubra brotar, quando, de esguelha,
alguém a colhe flor inda em botão.

Odir, de passagem pelo roseiral de Silvia Regina


SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 01/05/2009
Reeditado em 03/05/2009
Código do texto: T1570545
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