Anima Aurora
I
Ouça a voz da divina luz eterna
Que reside no fundo de seu Ser.
É você a própria emanação que hiberna,
A pequena entidade a florescer.
Ó pupilo, decepe seu farsante
Eu da matéria, que difere em tudo
Do divino princípio ainda distante.
Desperte o poderoso dom miúdo.
O Grande Espírito não pode andar
Ao lado do farsante elo carnal
Que mantém à distância o seu sinal.
Ó discípulo, mostre a luz solar
Que fortalece a sua clareza e isenta
D´alma a carnalizante ferramenta.
II
A Voz que você escuta é tão divina,
É a voz do coração que seu ser ouve.
Ela é tão pura e clara. Logo, louve
E retire em você a forte neblina.
Quando escutá-la, deverás vestir
A roupa sacrossanta do não aflito
Que lhe tirará todo o seu conflito
Para que de si mesmo seja Emir.
Deve agora despir roupa falida
E ilusória do reino mal de “Maya”
Para que seu véu todo forte caia.
Tem que ser conhecida a força vida
Que reside no mundo e no seu ser
Para que possa o Interno Deus nascer.
III
Sua personalidade venenosa
Deve ser suprimida e destinada
Ao vazio que destrói a mentira e dosa
Com poder a intangível doura armada.
O Eu falso, sua alma expurga ao florescer.
Contemple o “Dies Natalis” de seu mundo,
Junção de nada e tudo no seu ser,
Agora Mar imenso, rico e infundo.
Não há mais o que temer, Christo aparece
No fundo do seu espírito sagrado,
Que fica tão brilhante, tão dourado.
E não esqueça do mundo, faça a prece
(E sinta sua amaríssima ferida)
ajudando essa Terra tão abatida.