Melancolias...
Há dias feitos de melancolia
Dias de brumas dentro do peito
A gente quer perder o ar soturno
Quer se distrair, mas não tem jeito.
A alma vai buscar os desencantos
Guardados no baú da nossa história
E trava nova luta com a tristeza
Liberta das correntes da memória
E assim a dor retorna pra ferir
Abrindo a cicatriz já esquecida
Sorrindo ao desabrochar da flor infame
Que brotou no solo árido da vida
Regada pelas lágrimas que teimam
Tal flor até produz certa beleza
Pois mesmo que de dor seja semente
Em todo perecer tem um alento
A dor que sangra o peito na incerteza
É a mesma que lapida a nossa mente.