Eu perdi minh´alma num mar revolto.
Por um oco negro me vi envolto
E por Demônios, Trevas e Mistério,
Sepultado em meu corpo: cemitério.
 
Perdi-a por não ter alguém me absolto
E hoje, em água e sal, estou ressolto
Colhido às profundezas do ermitério,
Purgatório onde aguardo o salvatério.
 
Qualquer mão que me toca dá-me calma
Quando Deus ordena que a vida aborte
E o cadáver, na terra aberta, aporte.
 
Por que fugiste assim, minha pobre alma?
Se, para ti, o corpo é a melhor sorte,
Qual a pior pena se não a morte?
Alexandre Coslei
Enviado por Alexandre Coslei em 30/04/2009
Reeditado em 15/01/2016
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