OH MÃE!

Na cabeça as mechas nevosas,

Nos ombros os feitos do passado,

Recordavas os dias de ventre inchado

Gerando tantas crianças formosas.

Oh mãe, quantas lembranças saudosas!

Eras um boiadeiro tocando o gado,

Sem deixar uma rês perdida no prado,

Evitavas estradas perigosas.

Conduziste o rebanho todos os dias

Com teu aboio suave, muita firmeza.

Sofrias e choravas, lambias as crias

Se uma se desgarrasse indefesa.

Na volta, teus olhos eram mar de alegrias

Ressaltando do teu rosto a beleza.