Soneto 14
O Passageiro Cego
Pois que após dois ou três dias de travessia,
Os embarcados assumiram os riscos
E o respeito: a dor de dentro os merecia;
A alma fez nesse tempo alguns rabiscos...
Marcou a memória do grupo um homem cego,
Que sorria gentil e alegre, só, sem família,
E aos céus dizia: “ America, per Dio prego”,
Sem lembrar da “bota”, e nem da Sicília...
“- Porquê a vida não é mais que a tentativa,
E o homem é do planeta, não há o que negar,
O que há é o amar, amar a natureza viva,
Inexplorada, limpa e virgem, e a emprenhar
Com sementes: e na resposta, pronta e altiva,
De tanto viço, alguma luz hei de enxergar.”
Este soneto é integrante da história da imigração da Ilha da Madeira para o Brasil em 1952.
O Passageiro Cego
Pois que após dois ou três dias de travessia,
Os embarcados assumiram os riscos
E o respeito: a dor de dentro os merecia;
A alma fez nesse tempo alguns rabiscos...
Marcou a memória do grupo um homem cego,
Que sorria gentil e alegre, só, sem família,
E aos céus dizia: “ America, per Dio prego”,
Sem lembrar da “bota”, e nem da Sicília...
“- Porquê a vida não é mais que a tentativa,
E o homem é do planeta, não há o que negar,
O que há é o amar, amar a natureza viva,
Inexplorada, limpa e virgem, e a emprenhar
Com sementes: e na resposta, pronta e altiva,
De tanto viço, alguma luz hei de enxergar.”
Este soneto é integrante da história da imigração da Ilha da Madeira para o Brasil em 1952.