Soneto do amor sem fim
Que seja eterno o meu amor mesmo inseguro,
Que seja puro transpirando falsidade,
Que sem idade seja às vezes obscuro,
Que sem futuro sonhe com felicidade.
Que em solidão se agasalhe na saudade,
Que, em verdade, seja impulso que renasce,
Que me abrace e dê consolo de amizade,
E na ansiedade seja a paz beijando a face.
Será o soneto que sem rima tem sentido,
E deprimido viverá por ter passado,
E já cansado emitirá mais um gemido.
Será o carinho derrotando a força bruta,
Será conduta de esperança doce e forte,
Que só a morte levará com muita luta.