Vespa Minha Gentil
Paródia do Soneto “Alma Minha Gentil”, de Luiz de Camões, escrita entre 1958 e 1962, no Seminário dos Padres Sacramentinos, em Espera Feliz (MG).
O tema foi um “acidente” que aconteceu com a lambreta (Vespa) de propriedade do Padre Diretor do Seminário.
Um dos seminaristas chamado Vicente, encarregado de cuidar da dita cuja, resolveu dar uma volta com mesma no páteo, cai e amassou a Vesta que era o xodó do Diretor. Então ele reuniu todo o Seminário na sala conferências e deu um tremenda “bronca” em todo mundo, de maneira que noventa e nove justos pagaram por um só pecador. Fiz ,então, esta paródia, o que quase me valeu a expulsão do Seminário de onde vim a sair mais tarde.
Alma Minha Gentil Luiz de Camões | Vespa Minha Gentil Sharik Letak |
Ama minha gentil, que te partiste
E se vires que pode merecer-te Roga a Deus, que teus anos encurtou, | Vesta minha gentil que te “partiste”(*) Tão cedo, por descuido do Vicente, Não fique na oficina eternamente, Deixando-me no quarto sempre triste. E se lá da oficina onde subiste Memória deste pobre se consente, Não te esqueças daquele afã ardente Que tive em conservar-te e em mim sentiste. E se Vires que pode merecer-te Alguma coisa a dor que me ficou A dor sem par de cá ficar sem ver-te, Roga aquele que teus males consertou Que tão cedo aqui me vem trazer-tem Quão cedo desta casa de levou. *”te partiste” = te qubraste |