SONETO DA PERDA

O que te levou ao imensurável precipício...

Tornando teu ser tão sofrido e amargurado?

Na Terra abandonastes teu árduo ofício:

Lágrima e vinho tingem o altar sagrado!...

O que foi tanto para duvidares de Deus!...

A ponto de sacrificar a tua própria vida?

E escolhendo escuros caminhos ateus

Apagastes luzes, efêmeras e perdidas...

Agora não é tu que partes neste momento

Em que nos amargurastes no sofrimento

Ao quedar-se num precipício profundo...

Somos nós que abandonados na saudade,

Torturados pela desilusão que nos invade,

Partimos nossa fé nos vendavais do mundo!

Goiânia-GO, 18 de abril de 2009

SIRLEY VIEIRA ALVES