SONETO n.62

ALMA PROFUNDA

Água profunda, a minha Alma
reflete mágoa cor de violetas -
mas permace ainda luminosa,
mesmo sendo eu amargurado.

Tantos livros eu tenho devorado,
que a verdade chega, escabrosa.
O espanto desce feito o cometa,
que não anima, nem me acalma.

 
A forte solidão (para a qual me volto)
também reflete uma cruz verdadeira 
nessa dor e, por isso, eu me revolto.

De que vale amar - esse apreço falso,
se na hora última, na hora derradeira,
irei descalço e sozinho ao
Cadafalso?


Silvia Regina Costa Lima
6 de abril de 2009




Obs: É poesia do eu-lírico.

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 17/04/2009
Reeditado em 12/02/2022
Código do texto: T1545312
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