INSÔNIA


Não sei talvez por um desencanto,
minh’alma continua sempre triste.
Quem sabe por uma paixão que insiste,
dos meus olhos escorrem leve pranto.
 
Sinto-me só, por noites abandonada
fitando o céu enfeitado de estrelas.
Quase o choro não me permite vê-las
morrerem ao nascer da madrugada.
 
E quando amargurada e insone,
sento-me quieta na escrivaninha.
Busco a inspiração, que me consome.
 
Permaneço por lá a noite inteira.
Escrevo em linhas a dor só minha.
São versos da poesia derradeira.


Interagindo no Soneto de Elen Nunes...


INSÔNIAS


Em noites indormidas, temerárias,
alçou visões eróticas, voluptuosas,
fantasiando, às vezes, de gozosas,
algumas sensações imaginárias.

Em noites sem ser noite, noites várias
dos enredos e tramas temerosas,
ouviu das sombras vozes amorosas
na excitação das gritas libertárias.

Noites convulsas, conturbadas, cruas,
de amores mortos, de desertas luas,
das exéquias dos sonhos do passado.

Noites nutantes, de esperanças nuas,
que em sonetos compôs. As noites suas,
duais entre o real e o desejado.

                                                
Oklima

IInteração  também maravilhosa do amigo e grande Poeta KNZ.


BRAVURA


Cria o poeta a canção em agonia,
retrata a dor na calma que inexiste,
não sabe se ri ou se chora a poesia,
mas o artista,impávido,luta,insiste.

A noite envelhece...madrugada morre,
o silêncio das horas cresce...apavora
só a rima,tranquila ainda,socorre
e com ares de paz o poema decora.

Escrava é a solidão que o persegue.
Ingrata palavra, que o ser carrega...
Talvez a manhã nascente, sossegue.

Assim,cansado,por fim acalma:
e o poema pronto sequer percebe,
a cicatriz feroz deixada na alma.
                       
                          KNZ


    Agradeço aos dois talentosos amigos.
Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 16/04/2009
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1543416
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