Soneto número 12 –

CAPITÃO SALPICO
 
Assim, com uma última vista d’olhos,
Confere tudo que ali deve estar,
Vê que sempre somará a seus abrolhos
Que olvidou, e o que não, o que foi e o que virá.
 
E tira de cada salpico uma ordem,
E sabe o nome de cada marujo:

“- Pedro, ao leme! À rota veja, homem!
Força sem conversa, isso é para sabujos... 
Levantar âncora João, soltar amarras,
Ver botes e bóias, coletes de cortiça,
Cair ganchos, empurrar o varão da barra,
Máquinas ! Máquinas!!! vossa premissa
É até Santos, até lá, nada de farra!”

E posto ao mar, tudo que vê o toca e o atiça...
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 16/04/2009
Reeditado em 18/04/2009
Código do texto: T1542313
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