A BARCA DE CARONTE

A Barca de Caronte
Jorge Linhaça

Rema, ó Caronte, a tua barcaça
pelo aqueronte no rumo do hades
e no seu bojo estas almas levade
para a alegria ou, pra sua desgraça

Vêde , ó Caronte, meu bravo barqueiro
antes das almas deixar embarcar
se te trazem os óbulos primeiro
Se não, as deixes, nas margens, vagar

Alguns vagarão por entre os narcisos
sob a penumbra deste purgatório
Já outros irão aos Campos Elísios

s'em suas vidas foram meritórios
Ao Tártaro vão os incircuncisos
Segue o destino, sem apelatório.


Arandú. 26 de fevereiro de 2009

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