I R A C E M A

[leitura indicada]

( “... a virgem dos lábios de mel, que

tinha os cabelos mais negros que a

asa da graúna...” – José de Alencar,

romance I r a c e m a, cap. 2)

Silvícola a mais bela, porte escultural,

Iracema, a gentil guerreira de Alencar,

Tabajara batava, ágil, surreal,

A mais grácil selvagem, corpo lapidar.

De Martim, estrangeiro branco, foi noivar

A filha de Araquém, pajé sem ter rival,

E do vergel de puro amor se fez brotar

O infante Moacir, levado a Portugal.

Tristonha, por perder o seu Martim e o filho,

A indígena, tão forte, a vida foi perdendo

E qual do ipê a flor, aos poucos, feneceu.

Iracema!... De lenda, alçada já com o brilho

De anagrama, tornou-se A m é r i c a, tecendo

As três raças que somos do mesmo gineceu.

Fort., 15/04/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 15/04/2009
Reeditado em 15/04/2009
Código do texto: T1540224
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