Desabafo
Tão áspero, o teu olhar.
Quanto à chuva em dia lindo de verão
Tanto espinhos, uma pele.
Quando as peles foram uma
Transformado o meu corpo no teu
De luxuria e sublime ser
De não ter mais pra se desejar
Do que desejado, já não se pode amar.
Em que beijado, é sabor aos ventos.
Já se enoja ao contato frio
Outrora doce. O amargo rio
Ásperos sim, de desejos ocultos.
Maculando o vivido
Embebendo um viver, hoje não querido.