Desabafo

Tão áspero, o teu olhar.

Quanto à chuva em dia lindo de verão

Tanto espinhos, uma pele.

Quando as peles foram uma

Transformado o meu corpo no teu

De luxuria e sublime ser

De não ter mais pra se desejar

Do que desejado, já não se pode amar.

Em que beijado, é sabor aos ventos.

Já se enoja ao contato frio

Outrora doce. O amargo rio

Ásperos sim, de desejos ocultos.

Maculando o vivido

Embebendo um viver, hoje não querido.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 14/04/2009
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