SAGRADO OU PROFANO
SAGRADO OU PROFANO
Lilian Maial
Sagrado é o solo que tange teu fole,
Sagrada a paz que te emana das veias.
De tão profano, teu ventre me engole,
De tão letal, crucificas-me em teias.
Entre a caldeira e a cruz não se escolhe,
O que é mais vil, de tão nobre se alteia.
Quando a semente em orvalhos nos colhe,
Sublima a dor da paixão que incendeia.
E nessa dúvida atroz me equilibro,
Buscando a fonte na vida que vivo,
Mais puro amor, como febre terçã.
Nem me incomodo se o tema é pagão,
Se és só meu Deus, minha religião,
Ou aprendiz sensual de Satã.
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