QUEM ERA?
Quem era que inda há pouco estava aqui?
A lembrança remota é mais presente
que as marcas de um passado bem recente,
confundindo os espaços entre si.
Quem era essa mulher que não mais vi
deitada no meu quarto, displicente?
Era a miragem de uma imagem ausente
ou sombras do real, que eu não senti?
Quem era que calmou meu peito arfante
na volúpia do sim de amor amante,
quando a dúvida tomou-me por abrigo?
Quem foi, no amor, ausência contrastante
que me trouxe a pergunta alucinante:
Quem era que estava aqui comigo?
Odir, de passagem