Solidão, opção que não resolve problemas







Sou grão de areia na praia deserta,
Sou oásis em pleno deserto.
Sou a águia que do alto observa,
Sou parte de um tudo que se completa.

Sei que só não sou nada,
Busco a parte que a mim foi dada,
Sei que isolar-me não resolve nada,
Busco a vida lá fora que a mim foi dada.

Busco a força para caminhar na vida,
Sei que para muitos eu sou querida
Isto é alegria que nos faz  seguir.

Seguir sempre sorrindo
A solidão aos poucos sumindo
E a vida nova surgindo.

COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA








Diante de uma crise, isolar-se não é o comportamento mais adequado



Sentir-se sozinho não significa, necessariamente, estar isolado de companhias. Muitas pessoas, vivendo em prédios com dezenas de apartamentos e cercadas de vizinhos pelos quatro lados, ainda se sentem solitárias.

Às vezes, diante de algumas crises em nossos convívios, podemos achar que o isolamento é uma solução para os nossos problemas. Contudo, o reflexo dessa tentativa interfere, também, na vida de outraspessoas que nos cercam, mas que nada têm a ver com as nossas dores. Assim, não podemos fazer da solidão uma opção de vida ou um recurso para contornar as dificuldades.

O vírus da solidão não pode infectar nossos relacionamentos, pois é da inter-relação que conseguimos construir profundos e estreitos vínculos. Um exemplo disso é a vida conjugal.

Se acontecer, entre os cônjuges, a ausência de troca de experiências, ou, em outras circunstâncias, a indisposição para se adequar às diferenças de pensamento, facilmente uma disputa vai surgir entre eles. Tudo vai ser motivo de reclamação e, nas suas murmurações, eles acreditam saber de tudo, pensam resolver todas as coisas da sua própria maneira e afirmam que não precisam de ninguém... Então, a opção de se isolar faz com que esses casais sejam cada vez mais críticos com eles mesmos e, por que não dizer, ranzinzas com o outro.

Aquele que prefere viver separado do mundo, considera mais fácil tachar os outros como incapazes de conviver com o seu modo de pensar e agir, em vez de reavaliar a situação. A pessoa com essas características acredita até que seus familiares e parentes têm certa parcela de culpa em suas crises, o que justifica seu afastamento do convívio e, pouco a pouco, ela entrega-se ao cativeiro de seus próprios melindres.

Antes mesmo de se afundar nas “águas da solidão”, melhor seria “nadar” contra um sentimento que facilmente poderá nos levar a experimentar outros males. Muitas vezes, achamos que somos vítimas injustiçadas, mas, raramente, paramos para analisar a nossa própria atitude.
Acredito que a primeira ação para sair da crise de “patinho feio” está na busca dos verdadeiros motivos que nos fazem nos sentir tão diferentes ou parecer incompreendidos pelas pessoas.

Se percebermos que os laços de amizades estão se desfazendo ou que as pessoas estão evitando conviver conosco, significa que alguma coisa está acontecendo e, certamente, não é uma epidemia de mau humor que está atacando nossos amigos, mas talvez seja o resultado de nossa própria opção.

Por mais justificável que possa parecer o desejo de se isolar, esse, não é o comportamento mais adequado diante das dificuldades. Dessa maneira, precisamos despertarpara a realidade de que esse tipo de solidão é um defeito que nos atingirá se não nos empenharmos no compromisso de dar uma resposta diferente, quando o desejo de desistir das pessoas e das situações parecer mais forte.

Um abraço

Foto

Dado Moura
dado@dadomoura.com
Trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o portal Canção Nova, como articulista

ANGELICA GOUVEA
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 14/04/2009
Código do texto: T1538364
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.